Qual o limite do fetiche?

A sexualidade humana sempre foi objeto de discussões, tanto biológicas quanto psicológicas, pois ao compreender os elementos dessa interação, podemos conhecer preferências e possíveis barreiras que podem afetar direta ou indiretamente os relacionamentos. Como o comportamento sexual é moldado por regras morais, culturais e religiosas, algumas mudanças sexuais acabam sendo consideradas atípicas devido à sociedade ou ao momento de inserção.

As pessoas, como seres sexuais, buscam sua própria gratificação de maneiras diferentes, com preferências e fascínios diferentes para cada indivíduo. No entanto, toda sociedade entende a sexualidade de alguma forma, definindo o que é e o que não é permitido, e os indivíduos precisam se adaptar a essas regras, ainda que às vezes de forma oposta ao senso de certo e errado da sociedade. Muitos conceitos mudaram ao longo do tempo, mas essas imposições sociais ainda criam muitos tabus sobre sexo.

A médica e pós-graduanda em terapia e educação sexual, Monica Verdier, explica como nossa sexualidade é moldada, bem como nossos fetiches e explica se existe uma linha que delimita o que é um fetiche saudável de um não saudável.

Eu acho que não adianta a gente tentar resolver um problema, se a gente não consegue procurar de onde veio. Não é só tipo “agora você está consumindo uma pornografia que envolve estupro. Vamos fazer uma terapia para você só não pensar nisso”. Não. Por quê? De onde veio esse desejo, essa vontade?

O pornográfico se tornou uma palavra um pouco estigmatizante. Quando a gente pensa em pornográfico a gente pensa em gangbang, em ejaculação na face, em falta de consentimento e por aí vai. Mas o erótico vai muito além de um "filme pornô", porque ele também pode ser uma coisa retratada num filme, dentro da cabeça da pessoa, na forma de um conto, de um podcast. Então o erótico é muito mais do que apenas um filme.

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