A pornografia possui uma longa história: a sexualidade explícita e sugestiva é uma forma de arte tão antiga quanto todas as outras. As mesmas cavernas que preservaram tantas imagens icônicas sobre o modo de vida dos ancestrais humanos, resguardaram também diversas imagens eróticas, mas que são bem menos conhecidas e discutidas do que as dos animais ali representados.
Por isso ainda cabem algumas questões a respeito dessas pinturas: o que simbolizavam? Para que eram usadas? Qual foi o contexto em que foram criadas? Para o autor do livro “The Erotic Engine: How Pornography has Powered Mass Communication, from Gutenberg to Google“, Patchen Barss, essas questões são importantes e fascinantes, mas não devem desviar a atenção de uma verdade clara que existe independentemente das respostas: a partir do momento em que os seres humanos desenvolveram ferramentas de expressão, eles as usaram para satisfazer um desejo de representar a sexualidade humana para que outros experimentassem.
O surgimento da indústria pornográfica
Foi somente com o advento da fotografia em 1850, com os chamados daguerreótipos, que ocorreu o surgimento da indústria pornográfica moderna. Antes da fotografia, todas as representações de paisagens, retratos e cenas de sexo dependiam da imaginação, da memória e da interpretação do criador. A fotografia captura a realidade. Dessa forma, para representar uma cena de duas pessoas envolvidas no ato sexual, é necessário que haja duas pessoas fazendo sexo em frente à câmera.
Uma pessoa que comprava essa fotografia estava pagando pela oportunidade de ver pessoas reais em situações reais – uma espécie de voyeurismo que nunca antes havia sido possível. A fotografia erótica era baseada nas mesmas fantasias sexuais que alimentaram a mídia anterior, mas agora essas fantasias estavam enraizadas na realidade, o que lhes deu um tipo especial de poder – um poder que aumentou enormemente a influência do erotismo e da pornografia no desenvolvimento desta nova tecnologia.
Embora existam muitos caminhos diferentes que podem ser tomados para explorar o crescimento e desenvolvimento da indústria, diversos levariam ao final de 1953, quando a revista Playboy apareceu pela primeira vez nas bancas.