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O que é pornografia?

o que é pornografia

A tecnologia e seu avanço atingiram a cultura de forma irreversível. Um notável número de indivíduos é dependente de computadores, aparelhos celulares, tablets, entre outros. Criou-se uma necessidade de adquirir e utilizar os novos objetos de consumo, propostos por uma indústria cada vez mais tecnológica. Com o advento da internet, a comunicação entre as pessoas tornou-se cada vez mais imediatista e virtual. Conforme as tecnologias foram avançando e se tornando cada vez mais rápidas e especializadas, a pornografia foi se alterando com elas. 

A pornografia, que visa estimular a prática sexual, foi, historicamente, acompanhando o processo de tecnologização da impressão, responsável por conferir as produções literárias do gênero o caráter de produção e consumo em massa. Assim, aproximou-se, cada vez mais, da chamada Indústria Cultural, produtora de bens padronizados e distribuidora em maior escala, o que, por sua vez, possibilitou o estabelecimento da pornografia como indústria. Os atores sociais envolvidos nela, que outrora eram considerados como libertinos e promíscuos, dão lugar a homens de negócios que vão tornando essa manifestação um mercado, uma produção voltada à obtenção de lucro. Nessa trajetória, destaca-se o advento da máquina fotográfica e do cinema como recursos imprescindíveis para a produção da indústria pornográfica.

A partir dos anos de 1970, a pornografia passou a romper com a representação velada dos atos sexuais e foi se tornando cada vez mais explícita, demonstrando, mais uma vez, sua capacidade de modificação e adaptação. Até o início dos anos 2000, sua dinâmica de produção se manteve harmoniosa, com materiais vendidos nos formatos VHS e DVD. Contudo, a popularização da internet passou a massificar ainda mais o entretenimento adulto, por intermédio da gratuidade online. Foi nesse contexto de popularização exacerbada, que a pornografia passou também a ser ramificada, na tentativa de responder às necessidades de consumo.

Definição de pornografia

A pornografia sempre foi assunto de alta complexidade, a começar pela sua própria definição. Alguns a veem como exibição de material vulgar; outros a entendem como representação das relações sexuais; e há também quem a conceba como a reprodução de atos obscenos ou como a representação degradante e despudorada do sexo. 

Segundo Andrea Dworkin, em seu livro “Pornography: Men Possessing Women“, a palavra pornografia, é derivada do grego antigo porne e graphos, que significa “escrever sobre prostitutas”. A autora explica que porne se traduz como “prostituta”, referindo-se, na língua, à classe mais baixa de prostitutas da Grécia antiga, àquela que estava sempre disponível para todos os cidadãos do sexo masculino. Já graphos significa “escrever, gravar ou desenhar”.

Para a autora, a pornografia contemporânea ainda está estritamente e literalmente em conformidade com o significado raiz da palavra: a representação gráfica de prostituas vis. A única mudança percebida na etimologia é em relação à segunda parte: graphos. Os métodos de representação gráfica aumentaram em número e especialistas – agora há câmeras, possibilitando o uso de fotografias ou vídeos. Contudo, o conteúdo é o mesmo; o significado é o mesmo; o propósito é o mesmo; o status das mulheres retratadas é o mesmo.

Outras definições se afastam da origem semântica da palavra e se atém à natureza do conteúdo ou ao que a palavra evoca nas pessoas. Para alguns, “pornografia” envolve qualquer tipo de material destinado a criar ou aumentar sentimentos ou pensamentos sexuais no destinatário e, ao mesmo tempo, (1) contendo exposição explícita e/ou descrições dos genitais e (2) atos sexuais claros e explícitos, como relações sexuais vaginais, sexo anal, sexo oral, masturbação, escravidão, etc.

Há quem discorde da definição anterior, pois nem todo material ligado a sexo na esfera pública pode ser considerado como pornografia. Para que se possa fazer a distinção entre o que é do que não é pornografia, é necessário levar em consideração as intenções do produtor de tal conteúdo. Como por exemplo qualquer objeto produzido em massa e distribuído unicamente com o propósito de ser comercializado visando fins lucrativos, porém que apela para os interesses sexuais dos consumidores, não se enquadra nos conteúdos pornográficos disponíveis gratuitamente na internet.

Gerando mais controvérsia em sua definição, existem aqueles que sugerem que o ato do consumidor, ao usar qualquer tipo de material, define o que é pornografia. Contudo, incluir a percepção do consumidor na definição significaria que qualquer material que o excitasse sexualmente deveria ser identificado como pornografia e aquele material que não excitasse todos os consumidores poderia ser excluído de ser identificado como tal.

A definição de “pornografia” e as crenças associadas a ela são moldadas histórica e culturalmente, além de passar também pelos filtros e valores morais de um indivíduo e, consequentemente, por suas ideologias. Em 1950, a palavra “pornografia” evocava imagens de mulheres seminuas na recém-publicada Playboy. Nos dias atuais, o termo está sendo usado para descrever uma vasta gama de conteúdos, desde videoclipes de músicas a vídeos de múltipla penetração e de ato sexual forçado.

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